algo me acorda,
não sei o que me alenta,
nem o que me devora.
Tenho medo da noite,
da morte lenta,
da foice cega
que me alimenta.
Nada sei de mim,
vou me descobrindo
naquilo que aconteço,
tenho medo
de querer fugir
daquilo que narro,
me abandonar
junto aos espasmos
que me desassossega.
Não aprendi a esperar,
quero que me fira logo
os dias mórbidos
e de escuridão
eu que me ateio fogo
e me vejo queimar
quando não tenho mais
pelo que lutar
e clamo seu perdão
por não saber mudar.