Tento fazer do meu chão
minha oração,
meu medo não é tão óbvio
as vezes parece até coragem
…uma roupagem
que se disfarça.
Este mundo não é meu,
ele me perdeu,
tento reencontrá-lo
quando nos meus sonhos
me encanto por habitá-los.
Dentro dos meus olhos
tem uma vida que se fere
braços que viram concreto
e mãos que limpam o lodo
quando amanhece.
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Quando amanhece
Um grito dentro da alma
Eu vou aprendendo com o chão
que por mais que eu lute,
não estou aqui pra conquistar
aquilo que não pertence a mim.
Por isso ás vezes
me rendo.
Eu vou desenhando meus sonhos,
moldando meus braços
e encorajando minhas pernas,
naquilo que me faz mais forte.
Por isso ás vezes,
eu venço.
Estou aqui para encontrar
o que faz meu coração vibrar
e que por mais que eu
pense em desistir
tem sempre um grito dentro da alma
que me encoraja a continuar.
Por isso que não sei desistir,
nem deixar de lutar.
Marcas do passado
Na arrumação dos armários
aparecem as marcas do passado.
Pessoas que doeram
em coisas que ficaram escondidas
e não me lembro mais ter vivido,
ter me feito triste.
Rio delas, perdidas nas gavetas
(que não abro mais).
Aprendi a ferir,
Jogar fora meus ideais.
Manchei de nanquim
o quadro na parede
da imagem de menina,
cheia de virtudes
que pensei
viver em mim
Eu gosto da rua,
o relento me fascina,
desarrumo as coisas
pra esquecê-las.
Tomo as rédeas do que restou
do meu coração
(que ainda bate)
e que lhe prometi
nunca mais o amor
ser a nossa doença.